Rui Patrício

Olá, sou fã do Rui Patrício e gostava de lhe prestar uma homenagem pelo seu magnífico desempenho no Sporting e na Selecção Nacional como guarda-redes. Espero que gostem e comentem ;)

domingo, 25 de dezembro de 2011

O guardião que quer defender o Mundo

In O Jogo



«Gosto de defender, mas nada me faz mais feliz do que ajudar alguém. Eu quero ser boa pessoa!" É esta a missão de vida de Rui Patrício, expressa pelo próprio a O JOGO. O mesmo prosaico, mas altruísta desejo que, quando adolescente, confessava na sacristia da igreja de Regueira de Pontes ao padre Vítor Mira, uma referência incontornável na formação religiosa e espiritual do guarda-redes titular do Sporting e da Selecção Nacional. Naquele anexo, entre alfaias litúrgicas e sempre com a palavra do Senhor subjacente, o sacerdote passou, a Rui Patrício, os mandamentos que lhe norteiam a existência: ter fé, ajudar o próximo, buscar o sonho e lembrar as raízes. O guardião prometeu não se esquecer e repetia a jura a cada regresso às origens. Muitas defesas e vários actos de solidariedade depois, pode dizer que está a cumprir.

Se dentro de campo, entre os postes, Rui Patrício tem por missão fechar todos os caminhos à oposição em nome dos símbolos leonino e das cinco quinas de Portugal, os longos braços do jovem guarda-redes de apenas 23 anos não têm tamanho quando se abrem para todos os que necessitam de uma palavra amiga, de pão para forrar o estômago, de um presente solidário. Altruísta, o jovem nascido em Leiria, criado em Matoeira, na freguesia de Regueira de Pontes, e que despontou no Marrazes antes de demandar a sul e a Alvalade para agarrar o sonho, não consegue vencer a modéstia. "Sou humilde, sempre fui... Não tenho maneira nenhuma de o esconder. Fui educado para auxiliar quem sei que precisa e faço o que posso. Especialmente quando sei que há gente que passa fome. Isso, para mim, é de mais; não consigo conceber que haja gente sem ter o que comer..."

Quem conhece de perto o "keeper" já sabe que não se trata de pieguice para cair em graça; a sua preocupação com o próximo é genuína. Sabem-se-lhe histórias de auxílio alimentar a particulares sobre as quais o jogador não se alonga. "Eu faço o que posso, agora que tenho condições. Não é nada de mais", volta a frisar o camisola 1, sempre suplantado pela modéstia. Na Academia, Patrício comove-se com programas que retratam dramas da vida real. A sensibilidade inata foi acentuada pelos ensinamentos do ex-pároco de Regueira de Pontes. "O Rui foi sempre um miúdo simples, tal como toda a família. A vaidade não lhe subiu à cabeça, tal como eu sempre esperei. Quando ele já estava no Sporting, vinha sempre à missa e depois conversávamos na sacristia. Era um momento só nosso. Ele escutava mais do que falava, sempre muito educado. O Rui tem alguns problemas de expressão, é acanhado, mas excelente ouvinte. Eu dizia-lhe para lutar pelo seu sonho, para ter fé, para nunca se esquecer de onde veio e ajudar sempre quem precisa. Ele só respondia: 'Sim, padre, eu quero ser uma boa pessoa, eu vou ajudar os outros, vai ver.'"

Com a crise a prometer um Natal pobre como poucos outros e a falta de horizonte a marcar a vida portuguesa, Patrício faz novamente o que pode e deixa uma mensagem de esperança: "Espero que as pessoas não se deixem ir abaixo por causa da crise. Parece que até já não há boas notícias. Claro que as dificuldades existem e devem ser denunciadas, mas a felicidade interior das pessoas deve sempre estar acima. O mundo já andou melhor, mas ainda há coisas boas das quais devemos falar. Comecemos por nos ajudar uns aos outros. Feliz Natal!"»

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